A tecnologia não será a responsável por transformar digitalmente as empresas: serão as pessoas por trás do negócio que desempenharão o papel principal nessa mudança. Transformação digital e cultura andam juntas, afinal, estamos falamos de mudança de mentalidade: deixamos de utilizar tecnologias para pensar digitalmente. Saímos de “ter tecnologia” para “ser digital”. A questão cultural é, então, o cerne dessa transformação: se as pessoas dentro da empresa não estiverem preparadas para isso, você só vai levar seus problemas de dentro para fora e depois não saberá onde errou.
Mas, afinal, o que é a cultura corporativa? A pergunta pode parecer óbvia, mas nem todos conseguem responder facilmente. Vamos ajudar, então! Cultura é a “personalidade” da empresa: é a identidade, a maneira como a companhia é vista, como as coisas dentro dela são feitas e, o mais importante, porque são feitas. Para o mercado, é o que a organização como entidade comunica a seus membros, funcionários, clientes e público em geral.
Quem tem medo de mudar?
Pode parecer estranho que, num mundo onde a mudança sempre se fez presente, encontremos resistência a movimentos de transformação organizacional, e, portanto, digital. A verdade é que a mente humana lida com paradigmas que buscam o conforto, a comodidade e o conhecido, e por isso, é natural evitar e até mesmo temer novos modos de pensar e agir. A transformação digital reúne uma série de compromissos estratégicos, táticos e operacionais da empresa em um mundo cada vez mais complexo, caótico e ágil, e por isso precisa fundamentalmente descobrir novas formas para criar, produzir e entregar valor aos seus clientes. Portanto, para lidar com a resistência humana ao longo do processo (o que é esperado), é necessário ter estratégias para conduzir e gerir a mudança.
É nesse ponto que os líderes têm um papel fundamental: conscientizar os funcionários sobre os benefícios da mudança, treiná-los e transformar o processo em um trabalho em equipe. Esse é o caminho para que todos se sintam engajados com a transformação da empresa.
Um ambiente aberto à inovação e à colaboração será um terreno fértil para que a criatividade dos colaboradores germine e que os receios em adotar novas tecnologias seja minimizado. Nesse processo, entender e saber aplicar novas formas de trabalhar – como o home office, horários flexíveis, gestão horizontalizada, entre outras – garante uma melhoria nas relações e nos resultados atingidos pela empresa.
“Guardiões” da Verity
É curioso observar uma situação antagônica com o home office: estamos distantes fisicamente, mas acabamos nos conectando mais como pessoas. Colaboradores passam a ter contato mais direto com líderes e com colegas com os quais, no escritório, não possuíam proximidade. A pandemia mostrou que não importa se trabalhamos perto ou longe. Se a cultura da empresa estiver fortalecida, a produtividade e o engajamento continuam os mesmos, independentemente da situação. Como a nossa empresa defende que a transformação digital passa por uma mudança de cultura, resolvemos implantar internamente o que defendemos perante nossos clientes.
Assim, criamos o projeto “Guardiões da Cultura”, que conta com a participação de funcionários que se voluntariaram para fazer parte da iniciativa. 25% da empresa quis participar e liderar o movimento. Divididos em 3 squads multidisciplinares, os colaboradores têm como desafio, além das suas atividades diárias para com os clientes, pensar e implantar ideias que reforcem a cultura da Verity no dia a dia da equipe e que venham a fazer parte do cotidiano de todos futuramente. A cada duas semanas, as equipes precisam apresentar alguma solução que, após validada, pode ganhar escalabilidade dentro da empresa. Os processos são todos feitos com autonomia e independência por cada time.
Na Dex, Ágora e Growth, como cada time se auto intitulou, estão pessoas das áreas de inovação, tecnologia, recursos humanos e marketing. O engajamento de nossos colegas surpreendeu: empresas como Amazon e Google têm programas semelhantes para reforçar a cultura internamente. E a média, nessas grandes empresas, é de 12 a 15% de participação. Quando vimos que 25% dos colaboradores da Verity queriam, de forma espontânea, fazer parte disso, ficamos muito felizes e vimos que estamos no caminho certo.
O mais importante são as pessoas
Acreditamos que iniciativas como essas vão ganhar força no pós-pandemia. Muitas empresas perceberam recentemente que é preciso uma conexão maior. E quando falamos em conexão não é apenas no sentido digital. Quem não entregar uma experiência junto àquilo que vende, vai ficar pra trás. Por isso a importância de criar uma equipe inovadora, que queira utilizar a tecnologia e que adote esse novo mindset.
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